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segunda-feira, 28 de março de 2011

Solidariedade com os doentes com Alzheimer

Foram muitos os artistas que responderam sim ao convite e que abrilhantaram com a sua presença o concerto que teve lugar a partir das 18:00 e que tinha como mote "Contra a indiferença sê voluntário".

Katia Guerreiro, muito querida do público, esforçou demasiado a voz nos agudos, enquanto que Mafalda Arnauth esteve bem com a sobriedade que se lhe conhece.

Jorge Palma, exímio pianista, trouxe consigo a irreverência que lhe é habitual não deixando os seus créditos por mãos alheias.
Rita Guerra esteve bem, Quinta do Bill, João Pedreira, Muxima e os dois Miguéis cumpriram dando brilho a o espectáculo não lhe transmitindo, em nosso entender, a garra que lhes é própria.
De salientar a actuação dos Ensemble Escola de Jazz Luiz Villas-Boas/Hot Clube de Portugal que são a prova viva que o trabalho de Luis Villas-Boas deixou frutos.

A primeira parte do evento aconteceu entre as 15:00 e as 18:00, no espaço circundante da Praça de Touros, com tendas do Instituto Português do Sangue e do Centro de Histocompatibilidade do Sul que procederam à recolha de sangue e à identificação de potenciais dadores de medula.

Para além do público que não encheu o Campo Pequeno, estavam na assistência o Presidente da União das Misericódias, a Ministra da Saúde e a congénere da Cultura e outras figuras públicas ligadas à Área da Acção Social.

O resultado líquido desta iniciativa será utilizado para aquisição de materiais e equipamentos que contribuam para melhorar a qualidade de vida e bem-estar de doentes com Alzheimer, doença que tende a ter um crescimento exponencial no nosso país e que exige uma dedicação e um apoio excepcionais, tanto ao doente como à sua família/cuidadores, afirmou a organização.

Fonte: in Jornal HARDMUSICA



domingo, 20 de março de 2011

domingo, 6 de março de 2011

"Poesia: O Alzheimer num mundo cruel

http://aeiou.expresso.pt/poesia-o-alzheimer-num-mundo-cruel=f635361

"Poesia" é um filme sul coreano com uma história intensa, que nos remete para a doença de Alzheimer e para os contornos cruéis que a vida pode assumir.

Mija (Yun Jung-hee) é uma mulher de 66 anos que, recuperando uma antiga paixão nunca concretizada, inscreve-se em aulas de poesia. O professor diz-lhe que para encontrar a sua voz terá de observar verdadeiramente o que a rodeia. Só que a realidade de Mija irá revelar-se cada vez mais insuportável.

Ela é uma mulher numa posição extremamente vulnerável, que para lá dos subsídios que recebe do Estado, tem de sobreviver com o que ganha com um part-time a tomar conta de um idoso semi-paralizado por uma trombose. Por motivos não esclarecidos no filme, a filha, que vive numa outra cidade, deixou-lhe o encargo de, com os seus fracos rendimentos, tomar conta do neto.

A somar a esse quadro, um dia uma médica dá-lhe a trágica notícia que sofre de Alzheimer e que os primeiros sintomas, que já começou a sentir, irão em breve agravar-se. Pouco depois vem também a saber que o seu neto é um dos miúdos que repetidamente violaram uma colega de liceu que acabou para se suicidar.


Em ruptura com a hipocrisia

Para ocultar o crime, os pais dos outros miúdos planeiam pagar uma "indemnização" à mãe da vítima e Mija tem que arranjar a parte que lhe cabe pelo neto, mas não faz a mínima ideia como o irá fazer.

Nos telefonemas para a filha, Mija continua a ocultar tudo o que se está a passar. Os pais dos outros miúdos pressionam-na não só para arranjar o dinheiro da indemnização, como para ir falar com a mãe da vítima, a fim de a comover, para que não apresente queixa às autoridades pelo sucedido.

Incapaz de lidar com a hipocrisia em seu redor, Mija entra numa espécie de processo de negação, fugindo a tomar uma posição sobre o que se está a passar. É nesse processo que tudo se irá cruzar com as suas aulas de poesia, num percurso que irá trilhar até encontrar alguma harmonia entre a sua realidade e a sua verdade interior.


A complexidade da natureza humana

"O que me atrai é o ser humano. Carrascos ou vítimas, nós nunca somos só uma coisa. A natureza humana é complexa e, como artista, tenho a impressão que a minha função é iluminá-la. Filmo para conhecer o outro e a mim mesmo", declarou o realizador e argumentista Lee Chang-dong ao jornal brasileiro "Estadão".

"Poesia" foi contemplado com o prémio de melhor argumento no Festival de Cinema de Cannes. Chang-dong, que foi ministro da Cultura da Coreia, diz que após ter abandonado o cargo decidiu escrever argumentos o mais simples possíveis.

O resultado foi "Secret Sunshine", um filme sobre uma mulher que após perder o marido e o filho se vira para a religião (que já havia sido premiado em Cannes, nesse caso com a distinção para melhor atriz).

Agora traz-nos esta história sobre uma avó afetada pelo Alzheimer interpretada por Yoon Hee-jeong, uma antiga estrela coreana, que voltou ao cinema para este filme após 15 anos de interregno.

Fonte: in Expresso