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quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Aumentam os lares ilegais

Mais preocupante do que os lares sem alvará é o recrudescimento de "casas clandestinas" onde os particulares acolhem idosos sem reunirem as mínimas condições para tal, denuncia o presidente da Associação de Lares de Idosos.

João Ferreira de Almeida disse, ao JN, que este é um fenómeno "muito preocupante, que está em explosão de Norte a Sul do país". Tratam-se de pessoas particulares que aceitam acolher em suas casas "um, dois, três ou mais idosos" a troco de uma mensalidade e que, muitas vezes, colocam esses idosos "a viver em caves ou outros locais do género", critica o presidente da ALI (Associação de Lares de Idosos, Casas de Repouso e Assistência Domiciliária).

De acordo com este dirigente, as autoridades policiais e a própria Segurança Social têm conhecimento desta realidade, mas argumentam que não é fácil actuar. "Só podem entrar em casas particulares com autorização do proprietário ou com mandado judicial e este nem sempre é fácil de obter", observa João Ferreira de Almeida.

Este responsável refere ainda que "ninguém sabe quantas são estas casas, em que condições vivem estes idosos, se têm ou não acompanhamento médico", atribuindo às famílias uma quota-parte na responsabilidade deste fenómeno. "Ao deixarem os seus idosos nestes locais, livram-se desta preocupação", acusa.

João Ferreira de Almeida considera que este fenómeno é mais preocupante do que o dos lares sem alvará porque estes últimos "sempre têm um letreiro a publicitar o que são e a maioria até pertence a empresas registadas". Pede maior fiscalização também para combater a "concorrência desleal".

O JN tentou ouvir o presidente do Instituto de Segurança Social (ISS) sobre a problemática dos lares de idosos e estabelecimentos similares, mas Edmundo Martinho não esteve disponível. Fonte da ISS adiantou apenas que em 2008 foram encerrados 75 lares, devido à "deficiências graves".

Em Janeiro de 2008, o Procurador-Geral da República definiu como tendo "especial prioridade", em termos de investigação, os crimes cometidos contra idosos. Questionada pelo JN, a Procuradoria-Geral da República referiu que "não foi constituída nenhuma equipa especial, mas pediu-se a colaboração das Juntas de Freguesia, das Autoridades de Saúde e das Entidades Policiais".

In JN

terça-feira, 13 de outubro de 2009

A mais velha candidata às autárquicas

É a mais idosa candidata às eleições autárquicas. Teresa Santos Lopes, tem 97 anos e é candidata à Assembleia de Freguesia de Vila Franca da Beira, concelho de Oliveira do Hospital, distrito de Coimbra.

Teve oito filhos, é avó de 20 netos, tem 32 bisnetos e um trinetos.

É a primeira vez que se candidata a umas eleições autárquicas, mas tem o discurso político na ponta da língua.

Quem é Teresa Santos Lopes? É uma grande mulher portuguesa de 97 anos que resolveu candidatar-se a vereadora quando a neta não tinha dinheiro para estudar.

Faz a sua campanha política de casa em casa ao lado das duas filhas; mas quem conquista o voto é ela com a sua conversa fluente.

Assumindo-se como "muito politiqueira", tem uma visão de política de fazer inveja a muita gente: "Não se pode ir para uma junta ou uma câmara a pensar que vão os outros trabalhar por nós, não pode ser uma brincadeira O desemprego entre os jovens da Vila Franca da Beira e o estado da sua terra são alguns problemas que preocupam D. Teresa que vai continuar a chamar a atenção para os problemas da terra. Até porque como disse, pode estar "muito doentinha e velhinha mas a língua ainda está boa".

Será que é verdadeira aquela velha máxima "A idade é um posto" ? Uma coisa é certa alguém com a bonita idade de 97 anos poucas ambições económicas já deve ter, as suas ambições devem concentrar-se apenas em ajudar quem necessita e fazer deste nosso Portugal um país mais justo para todos os portugueses. A questão está em saber como fazê-lo.

Fonte: socialgest

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Aprenda a envelhecer com qualidade

Aprenda a envelhecer com qualidade

Data: 02-08-2009 Fonte: Expresso


Em 1920, um homem com 36 anos era velho. Hoje, a esperança média de vida num homem é de 75,18 anos. Mas atenção à saúde, ao dinheiro, à estética e às relações pessoais se quer chegar a velho em boa forma.

Obesidade não, obrigada!

Portugal não é dos países europeus mais envelhecidos, mas é um dos que mais paga a factura da obesidade. Porque submete todos os órgãos a um sobre-esforço, há estudos que defendem que os obesos vivem entre 10 a 15 anos menos do que os magros. "Prevenir a obesidade é aumentar a longevidade da população e promover o bom envelhecimento", lembra Manuel Teixeira Veríssimo, professor da Faculdade de Medicina de Coimbra e coordenador do Núcleo de Estudos de Geriatria da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna. De um modo simplista, "comer menos e mexer mais" é o conselho mais avisado. Optar por alimentos com menos quantidade de calorias, fazer actividade física regular - adequada à idade (ver mais à frente) - e aumentar a ingestão de frutas e de verduras são armas para se proteger das doenças que aparecem com o passar dos anos.

Mineralize-se e vitamine-se

As vitaminas e minerais são substâncias reguladoras do organismo que, quando em falta, podem originar doenças ou anomalias de funcionamento dos órgãos e do organismo em geral. Nos mais velhos, o risco de aparecimento de défices destas substâncias é maior, porque muitas vezes fazem alimentações monótonas e deficitárias e também devido à habitual polimedicação. A identificação destas carências é particularmente importante nos que têm mais de 65 anos, já que pode causar sinais e sintomas que são entendidos, até pelo médico, como manifestações de envelhecimento sem cura, quando afinal não passam de um défice vitamínico.

Antioxidantes ao virar da esquina

Hoje é difícil não ouvir falar nos outrora desconhecidos antioxidantes, "substâncias presentes em alguns alimentos, outros produzidos pelo próprio organismo, que neutralizam restos de reacções químicas produzidas pelo organismo, que se não forem neutralizadas vão lesar o ADN das células e levar a reacções que facilitam as doenças atrás referidas e o envelhecimento". Vários estudos têm provado que os antioxidantes do reino vegetal têm efeitos antienvelhecimento. Só que, lembra o médico, "uma coisa é demonstrar-se que as populações que consomem alimentos ricos em antioxidantes estão mais protegidas contra determinadas doenças, outra é pensar-se que a suplementação com essas substâncias tem o mesmo efeito". O que se aconselha, mais uma vez, é que se faça uma alimentação rica em fruta, legumes, frutos secos, cereais integrais ou pouco polidos.

Ponha a sua vida em exame

Os seniores estão mais sujeitos a contrair doenças, devendo ser avaliados pelo seu médico com regularidade. Até aos 75 anos, se não houver nenhuma doença grave, bastará fazer a sua avaliação anual com o seu médico assistente. A partir dos 75 surgem, normalmente, mais problemas, alguns dos quais têm mais a ver com as limitações funcionais e com problemas sociais do que, propriamente, com a doença. Por isso, para além da avaliação clínica, deve ser também feita, com alguma regularidade, uma avaliação multidimensional, composta por avaliação funcional, mental, nutricional e social.

Exercício com regularidade e moderação

"Está hoje bem demonstrado que a perda de função dos vários aparelhos e sistemas do organismo é mais lenta nas pessoas que praticam regularmente exercício físico. Tal como está comprovado que ajuda a prevenir e tratar a ansiedade, a depressão e melhora a auto-estima", explica Manuel Veríssimo. A natação, que tem a vantagem de não sobrecarregar as articulações, a ginástica, a marcha, o ciclismo, o golfe, o ténis e a dança são, genericamente, as actividades aconselhadas. Sendo a frequência diária a ideal, são consideradas adequadas três a cinco vezes por semana. Pode também optar por passeios, subir escadas em vez de usar o elevador, fazer trabalhos de jardinagem ou horticultura.

Tabaco e álcool

Para os que continuam a fumar, aconselha-se comer alimentos ricos em vitamina C embora estejam perfeitamente a tempo de parar, com benefícios para o seu corpo. Alegrem-se os apreciadores de vinho tinto, o consumo moderado desta bebida pode ter alguns benefícios para a saúde, nomeadamente porque tem propriedades antioxidantes e efeito positivo a nível do colesterol e da trombose. Saliente-se que como consumo moderado se considera um máximo de 400 ml de vinho por dia para o homem e 250 ml para a mulher.

Beleza é fundamental

Rugas, flacidez, manchas na pele são sinais de envelhecimento cutâneo que a indústria cosmética tenta atenuar, nomeadamente com princípios activos que podem ser encontrados em séruns e cremes, mas também em produtos destinados à limpeza do rosto de marcas conceituadas, explica Catarina Madeira, farmacêutica, especializada em cosmetologia. A sua eficácia depende da utilização diária. Outros produtos com o mesmo objectivo, mas para ingerir ou injectar, são comprimidos/suplementos alimentares que actuam a partir do interior, complementando a acção do creme aplicado exteriormente. Os injectáveis são utilizados nas intervenções cosméticas, cirúrgicas ou não cirúrgicas. Dois dos mais citados são a toxina botulínica e o ácido hialurónico. O primeiro actua por relaxamento muscular, que por sua vez impede a formação ou agravamento da ruga; e o segundo, ao ser injectado, preenche a ruga e as depressões, dissimulando-as. A maior preocupação estética dos homens continua a ser a perda de cabelo e as manchas na pele. A oferta, explica Catarina Madeira, é múltipla no campo da cosmética. E acrescenta que a protecção solar deve ser aplicada durante todo o ano, medida que prevenirá o alastramento de manchas.

Vai dar para viver apenas da reforma?

Talvez sim ou talvez não, como explicou um responsável da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Património ao Expresso: "Face ao envelhecimento da população, ao aumento da esperança média de vida e também à incerteza sobre o valor futuro da pensão, o investimento em instrumentos financeiros, como os famosos Fundos de Pensões e os Planos de Poupança Reforma, constitui um complemento de reforma." Estes produtos permitem, através da aplicação de reduzidos montantes, aceder a uma gestão profissional que garantirá, na forma de pensão, a manutenção do orçamento mensal após a passagem à reforma.

Quando idealmente devemos começar a preparar esta poupança?

Quanto mais cedo se iniciar a constituição de um complemento de reforma - PPR ou Fundo de Pensões -, menor será o esforço de poupança exigido. O próprio Estado incentiva a poupar através de uma tabela de benefícios fiscais, por escalões etários, com vantagens acrescidas para os jovens. A subscrição de um Fundo de Pensões/PPR logo no início da vida profissional tem vantagens, uma vez que quanto maior for o período de tempo entre a data da adesão ao Fundo de Pensões e a data da reforma maior será o valor investido e, desta forma, maior o valor do complemento de reforma. Estes fundos podem adoptar várias políticas de investimento: quem estiver longe da idade de reforma poderá optar por um Fundo de Pensões/PPR com uma maior percentagem de investimento em acções, que têm um maior potencial de valorização a longo prazo. Em contrapartida, um indivíduo que se encontre já na casa dos 50 anos deverá optar por um fundo com uma percentagem investida em acções bastante reduzida e com um perfil de risco mais conservador.

Trocar a TV pelos netos e pela solidariedade

Há um rol de iniciativas que se podem pôr em prática depois da reforma. Várias ONG recrutam recém-reformados para seus voluntários. "Está calculado que aos 100 anos o idoso ainda detém cerca 80 por cento das suas capacidades psíquicas, o que é, largamente, suficiente para uma normal vida de relação", explica o médico Manuel Veríssimo. O que se perde em algumas capacidades, como a memória, ganha-se em poder de associação. Os que têm mais de 65 anos devem treinar o cérebro diariamente com leitura, palavras cruzadas e jogos que exijam capacidade de raciocínio. E, já agora, porque não ajudar a criar os netos? Aos pais ajuda, e muito, para os netos é uma bênção, por receberem a atenção que os pais não lhes conseguem dar, e para os avós é uma maneira de se sentirem úteis, ocupados e, com prazer, poder fazer o que possivelmente nunca fizeram com os filhos. O acompanhamento dos netos tem também uma vantagem incomensurável, explica o especialista em geriatria: obriga-os a adaptarem-se às mudanças sociais a que os jovens sempre aderem, favorecendo assim a sua actualização a todos os níveis.

Sexualidade diferente

A menopausa e a andropausa estão associadas a alterações do comportamento sexual, mas é preciso saber que depois dos 65 anos ainda existe vida sexual. A menopausa é marcante na mulher, anunciando-lhe que terminou a função da reprodução. Mas, "é especialmente marcante porque este anúncio se faz com sintomatologia desagradável, correspondente a uma quebra acentuada da produção de estrogénios, a que progressivamente se associam diversas manifestações de envelhecimento a nível de vários órgãos, como pele, órgãos sexuais, ossos, etc.", esclarece o coordenador do Núcleo de Estudos de Geriatria da Sociedade Portuguesa de Medicina Interna. A hormonoterapia de substituição é uma forma que a mulher tem de contrariar esta situação, no entanto, como pode aumentar, ainda que ligeiramente, o risco de cancro, muitas mulheres têm receio de aderir à terapêutica, apesar de, na prática, melhorar muito a qualidade de vida da mulher menopáusica. Já a andropausa é progressiva, e não é evidente propriamente uma quebra, como na mulher, sendo antes um contínuo resultante da progressiva mas lenta diminuição da produção de androgénios. Sendo evidentemente marcos na vida de homens e mulheres, estas fases não representam o fim do apetite sexual mas antes uma sexualidade diferente da das idades mais jovens, "não deixando contudo de continuar a ser interessante e atraente"

Cartão para seniores

O acréscimo a médio prazo dos casais "bipensionistas", que se deve à generalização do trabalho feminino remunerado, é um factor que irá contribuir para o aumento do rendimento disponível dos seniores no futuro. É expectável que aumente o consumo sénior na saúde, na higiene e beleza, no turismo (veja-se o sucesso da experiência do "Turismo Sénior" do Inatel) e na ocupação de tempos livres. A criação recente do cartão Mundo Sénior (em paralelo com um jornal com o mesmo nome dirigido a esta faixa etária) tem como objectivo incentivar uma perspectiva activa da reforma. Trata-se de um cartão, de acesso gratuito, que dá ao seu portador um conjunto de descontos em serviços e produtos dirigidos à população maior de 65 anos nas mais diversas áreas - Saúde, Turismo, Lazer e Formação, Telecomunicações. No sector da banca e segurador, o portador do cartão terá, por exemplo, acesso a seguros especialmente formatados para o sector sénior