Snoezelen com idosos
Artigo Original
Snoezelen com idosos: Estimulação sensorial para melhor qualidade de vida
Snoezelen with old people: Sensory stimulation for better quality of life
Snoezelen con personas mayores: La estimulación sensorial para una mejor calidad de vida
Autores: Martins, Maria
Amélia Nabais (Doutoranda em Psicologia Cognitiva, Faculdade de
Psicologia e Ciências da Educação da Universidade de Coimbra, Lar Santa
Beatriz da Silva)
Corresponding author: ameliacsp@gmail.com
Corresponding author: ameliacsp@gmail.com
RESUMO
Com a presente Recensão pretendemos expôr a experiência com anciãos que se apresentou no livro: Snoezelen com idosos, estimulação para uma melhor qualidade de vida da nossa autoria.
A palavra Snoezelen provém do Holandês Snuffelen – cheirar e Doezelen - tornar-se leve, relaxar. Tradicionalmente, na Holanda, onde nasceu, nos anos 60, o Snoezelen foi aplicado numa sala especial com um equipamento que oferecia múltiplos estímulos, envolvendo todos os sentidos, tanto para estimular como para relaxar.
Antes de implementar o Projecto de Snoezelen no Lar Santa Beatriz da Silva, procurámos Formação e Bibliografia que nos orientasse neste caminho. Em Portugal tivemos acesso a Bibliografia, artigos e sites relacionando o Snoezelen com a deficiência ou especificamente com Alzheimer. Fizemos uma pesquisa na Internet, e acedemos a muitos artigos em língua inglesa e alemã sobre esta temática.
Os efeitos do Snoezelen em Lares de Idosos não são bem conhecidos (Chung et al., 2002 cit in AA.VV, 2004). E o nosso trabalho apenas reflecte avaliação qualitativa descritiva e não quantitativa.
Pela sala de Snoezelen, desde Setembro de 2005 já passaram cerca de 80 idosos acompanhados por 5 cuidadores. Nem todos viveram a experiência sensorial com finalidade terapêutica. Para alguns, o Snoezelen foi e é uma actividade sem objectivos de reabilitação ou cura, no entanto, pela nossa observação e acompanhamento percebemos algumas palavras e expressões faciais que revelaram “outras curas”, como o prazer e o bem estar. Há uma relação personalizada que se estabelece pelo facto de as sessões decorrerem com um, dois ou três utentes e um terapeuta, sempre numa dimensão de humanitude, favorecendo as relações entre doente e cuidador.
Mesmo que o desenvolvimento tecnológico seja também uma realidade no Snoezelen, a mais valia continua a ser a atenção dos cuidadores à pessoa doente que prevalece sobre a eficiência técnica.
Sabemos que o desenvolvimento de cada criança e as experiências que vivência determinam o stock de conhecimento sobre o qual é construído o seu futuro. Toda a criança tem direito a experimentar por si mesma a descoberta dos seus limites e potencialidades. O comprometimento de um ou mais canais sensoriais, determina na criança a dificuldade em recuperar informações sobre o seu ambiente externo e interno. Imaginemos agora um adulto idoso com multi-déficits: o seu contexto de participação social limitado, a total dependência de outros para as acções simples de higiene e cuidados diários, os estereótipos, as dificuldades de relacionamento, de expressar as
suas emoções… Pensando nas suas necessidades, projectamos um ambiente multissensorial – um ambiente em que a terapêutica caminha aliada ao lazer, relaxamento e a experiências sensoriais agradáveis.
O principal objectivo nesta abordagem multissensorial é acompanhar a pessoa no crescimento da aceitação da sua nova condição, na manutenção das suas capacidades e na reabilitação, criando um contexto de calma e tranquilidade, motivador e desafiador, onde não existem exigências, expectativas, mas um lugar sagrado, longe de todos os espaços comuns e recolhido onde todos os sentidos e experiências proporcionadas só para si mesmo, o seu tempo, as suas limitações, os seus sentimentos… Porque cada humano é único e irrepetível, e mais do que incapacidades e deficiências, tem talentos e potencialidades que devem ser melhorados e reforçados, para aumentar e permitir uma vida com mais qualidade (cf. Montobbio & Lepri, 2000).
O modelo de base em que assenta o projecto “Snoezelen com idosos” é o da qualidade de vida para idosos dependentes, que suporta a visão de que podemos optimizar recursos e potencialidades até ao final das nossas vidas.
A necessidade de escrever sobre o Snoezelen com idosos, partiu das constantes questões que nos colocam outras Instituições e outros técnicos que tal como nós se questionam o que fazer com pessoas com elevado grau de dependência, sem qualquer tipo de actividade estimulante. Como proporcionar estímulos, qualidade de vida, como
envolvê-los na construção do seu Plano Individual?
Respostas? Apenas a experiência do Snoezelen nos tem ajudado a sonhar novos horizontes capazes de serem um caminho para a resposta necessária.
Reflectiremos ao longo do nosso texto de que este documento é simples resumo, algum enquadramento teórico que sustenta a nossa intervenção no Lar. Não houve pretensão de sermos exaustivos, apenas partilhar a centelha que ilumina a nossa acção com as pessoas mais idosas.
Queremos mostrar as vivências dentro dum “espaço multissensorial” dedicado ao cuidado dos idosos com déficits cognitivos, comportamentais ou físico-funcionais. Pela estimulação dos sentidos podemos limitar o estado de desconforto físico e dor, aliviar a tensão emocional e agressividade, reduzir o medo que vem do desconhecido e, ao mesmo tempo, tornar a pessoa participante na descoberta de um mundo de luzes, sons, cheiros, sentimentos, emoções… adequado a todas as idades.
O design do nosso trabalho assenta num background teórico que reúne fundamentos das teorias da actividade, da ruptura (teorias bio-psico-físicas), algumas notas de neuropsicologia, que nos norteiam na compreensão do processo de envelhecimento. O desenvolvimento de todo o projecto a que nos propusemos, desde o início, tem uma característica especial, é evolutivo; à medida que vamos conhecendo melhor os benefícios conhecemos melhor os pacientes e nesta espiral vamos avançando com a certeza de que a cada dia, algo de novo vamos descobrindo no efeitos do Snoezelen.
Com a presente Recensão pretendemos expôr a experiência com anciãos que se apresentou no livro: Snoezelen com idosos, estimulação para uma melhor qualidade de vida da nossa autoria.
A palavra Snoezelen provém do Holandês Snuffelen – cheirar e Doezelen - tornar-se leve, relaxar. Tradicionalmente, na Holanda, onde nasceu, nos anos 60, o Snoezelen foi aplicado numa sala especial com um equipamento que oferecia múltiplos estímulos, envolvendo todos os sentidos, tanto para estimular como para relaxar.
Antes de implementar o Projecto de Snoezelen no Lar Santa Beatriz da Silva, procurámos Formação e Bibliografia que nos orientasse neste caminho. Em Portugal tivemos acesso a Bibliografia, artigos e sites relacionando o Snoezelen com a deficiência ou especificamente com Alzheimer. Fizemos uma pesquisa na Internet, e acedemos a muitos artigos em língua inglesa e alemã sobre esta temática.
Os efeitos do Snoezelen em Lares de Idosos não são bem conhecidos (Chung et al., 2002 cit in AA.VV, 2004). E o nosso trabalho apenas reflecte avaliação qualitativa descritiva e não quantitativa.
Pela sala de Snoezelen, desde Setembro de 2005 já passaram cerca de 80 idosos acompanhados por 5 cuidadores. Nem todos viveram a experiência sensorial com finalidade terapêutica. Para alguns, o Snoezelen foi e é uma actividade sem objectivos de reabilitação ou cura, no entanto, pela nossa observação e acompanhamento percebemos algumas palavras e expressões faciais que revelaram “outras curas”, como o prazer e o bem estar. Há uma relação personalizada que se estabelece pelo facto de as sessões decorrerem com um, dois ou três utentes e um terapeuta, sempre numa dimensão de humanitude, favorecendo as relações entre doente e cuidador.
Mesmo que o desenvolvimento tecnológico seja também uma realidade no Snoezelen, a mais valia continua a ser a atenção dos cuidadores à pessoa doente que prevalece sobre a eficiência técnica.
Sabemos que o desenvolvimento de cada criança e as experiências que vivência determinam o stock de conhecimento sobre o qual é construído o seu futuro. Toda a criança tem direito a experimentar por si mesma a descoberta dos seus limites e potencialidades. O comprometimento de um ou mais canais sensoriais, determina na criança a dificuldade em recuperar informações sobre o seu ambiente externo e interno. Imaginemos agora um adulto idoso com multi-déficits: o seu contexto de participação social limitado, a total dependência de outros para as acções simples de higiene e cuidados diários, os estereótipos, as dificuldades de relacionamento, de expressar as
suas emoções… Pensando nas suas necessidades, projectamos um ambiente multissensorial – um ambiente em que a terapêutica caminha aliada ao lazer, relaxamento e a experiências sensoriais agradáveis.
O principal objectivo nesta abordagem multissensorial é acompanhar a pessoa no crescimento da aceitação da sua nova condição, na manutenção das suas capacidades e na reabilitação, criando um contexto de calma e tranquilidade, motivador e desafiador, onde não existem exigências, expectativas, mas um lugar sagrado, longe de todos os espaços comuns e recolhido onde todos os sentidos e experiências proporcionadas só para si mesmo, o seu tempo, as suas limitações, os seus sentimentos… Porque cada humano é único e irrepetível, e mais do que incapacidades e deficiências, tem talentos e potencialidades que devem ser melhorados e reforçados, para aumentar e permitir uma vida com mais qualidade (cf. Montobbio & Lepri, 2000).
O modelo de base em que assenta o projecto “Snoezelen com idosos” é o da qualidade de vida para idosos dependentes, que suporta a visão de que podemos optimizar recursos e potencialidades até ao final das nossas vidas.
A necessidade de escrever sobre o Snoezelen com idosos, partiu das constantes questões que nos colocam outras Instituições e outros técnicos que tal como nós se questionam o que fazer com pessoas com elevado grau de dependência, sem qualquer tipo de actividade estimulante. Como proporcionar estímulos, qualidade de vida, como
envolvê-los na construção do seu Plano Individual?
Respostas? Apenas a experiência do Snoezelen nos tem ajudado a sonhar novos horizontes capazes de serem um caminho para a resposta necessária.
Reflectiremos ao longo do nosso texto de que este documento é simples resumo, algum enquadramento teórico que sustenta a nossa intervenção no Lar. Não houve pretensão de sermos exaustivos, apenas partilhar a centelha que ilumina a nossa acção com as pessoas mais idosas.
Queremos mostrar as vivências dentro dum “espaço multissensorial” dedicado ao cuidado dos idosos com déficits cognitivos, comportamentais ou físico-funcionais. Pela estimulação dos sentidos podemos limitar o estado de desconforto físico e dor, aliviar a tensão emocional e agressividade, reduzir o medo que vem do desconhecido e, ao mesmo tempo, tornar a pessoa participante na descoberta de um mundo de luzes, sons, cheiros, sentimentos, emoções… adequado a todas as idades.
O design do nosso trabalho assenta num background teórico que reúne fundamentos das teorias da actividade, da ruptura (teorias bio-psico-físicas), algumas notas de neuropsicologia, que nos norteiam na compreensão do processo de envelhecimento. O desenvolvimento de todo o projecto a que nos propusemos, desde o início, tem uma característica especial, é evolutivo; à medida que vamos conhecendo melhor os benefícios conhecemos melhor os pacientes e nesta espiral vamos avançando com a certeza de que a cada dia, algo de novo vamos descobrindo no efeitos do Snoezelen.
Descritores
Descritores Inglês: aging; sensory stimulation; snoezelen
Descritores Espanhol: envejecimiento; estimulación sensorial, snoezelen
Descritores Português: envelhecimento; estimulação sensorial, snoezelen
Descritores Inglês: aging; sensory stimulation; snoezelen
Descritores Espanhol: envejecimiento; estimulación sensorial, snoezelen
Descritores Português: envelhecimento; estimulação sensorial, snoezelen
ESTUDO DE CASO
Identificando e medindo de forma controlada forças e fraquezas no funcionamento dos idosos, o Snoezelen ajuda a estabelecer as bases para um melhor conhecimento das sequelas que um AVC deixa, por exemplo, ajuda a revelar
alterações cerebrais suspeitadas e permite complementar a fisioterapia na reabilitação e manutenção.
Vejamos o seguinte caso:
alterações cerebrais suspeitadas e permite complementar a fisioterapia na reabilitação e manutenção.
Vejamos o seguinte caso:
RELATÓRIO DE AVALIAÇÃO
Nome: M.,
Idade: 83 anos,
Estado civil: solteira
Doente de 83 anos, com antecedentes pessoais de nefrectomia esquerda desde 2007, hipertensão arterial e cardiopatia hipertensiva. Seguida em consulta de Memória/neurologia. Foi hospitalizada com traumatismo craniano na região occipital consequência de uma queda, disartria e diminuição da força muscular à direita. Hemiparesia direita, paresia facial tipo central homolateral e disartria. Realizou TC crânio-encefálica que mostrou hematoma
tálamo-lenticular à esquerda, sem sinais de hidrocefalia ou hipertensão intracraniana. Diagnóstico final: AVC hemorrágico do hemisfério esquerdo (hemorragia intracerebral) (21 de Dezembro de 2009).
Idade: 83 anos,
Estado civil: solteira
Doente de 83 anos, com antecedentes pessoais de nefrectomia esquerda desde 2007, hipertensão arterial e cardiopatia hipertensiva. Seguida em consulta de Memória/neurologia. Foi hospitalizada com traumatismo craniano na região occipital consequência de uma queda, disartria e diminuição da força muscular à direita. Hemiparesia direita, paresia facial tipo central homolateral e disartria. Realizou TC crânio-encefálica que mostrou hematoma
tálamo-lenticular à esquerda, sem sinais de hidrocefalia ou hipertensão intracraniana. Diagnóstico final: AVC hemorrágico do hemisfério esquerdo (hemorragia intracerebral) (21 de Dezembro de 2009).
Durante o período do internamento
hospitalar registou-se melhoria significativa de disartria mas
mantiveram-se os restantes défices.
As sequelas foram leves ao nível das
afasias, mas não tão leves em termos de apraxia ideomotora e
astereognosia (incapacidade de reconhecimento de objectos pelo tacto).
Dado necessitar de atenção permanente e
apoio integral na realização das suas actividades de vida diária e ainda
de fisioterapia foi integrada no Lar a 08/01/2010.
Resultados da Avaliação de Autonomia Funcional à data da integração:
1 – Vê de forma adequada com ou sem óculos.
1 – Ouve correctamente com ou sem prótese auditiva.
1 – Reconhece todos os sabores.
1 – Reconhece os cheiros.
4 – Sem sensibilidade táctil (lado direito).
2 – Esquece factos recentes como nomes, encontros, mas lembra-se de factos importantes.
2 – Por vezes desorienta-se no tempo e no espaço.
2 – Lento a apreender as explicações ou os pedidos.
3 – avalia mal as situações e não toma decisões sensatas necessita fortemente da nossa opinião.
2 – Perturbações de comportamento menores (humor variável) que necessitam uma vigilância ocasional.
4 – Deve ser levantado e deitado.
4 – Não anda.
4 – Incapaz de utilizar escadas.
4 – Necessita que um terceiro empurre a cadeira de rodas.
2 – Tem um defeito de linguagem mas tem êxito a exprimir o seu pensamento.
2 – Responde ao telefone mas não compõe alguns números memorizados.
1 – Interessa-se pela sua aparência.
4 – Deve ser transportado em ambulância.
4 – Deve ser lavado por um terceiro porque não participa activamente na sua higiene.
4 – Deve ser vestido por um terceiro.
3 – Necessita de uma ajuda parcial: devem cortar-se ou picar previamente os seus alimentos.
2 – Toma os seus medicamentos se forem preparados previamente.
4 – Incapaz de utilizar os lavabos, a cadeira elevada, etc..
2 – Incontinência vesical ocasional; um terceiro deve frequentemente lembrá-lo de ir ao WC.
2 – Incontinência fecal ocasional.
1 – Vê de forma adequada com ou sem óculos.
1 – Ouve correctamente com ou sem prótese auditiva.
1 – Reconhece todos os sabores.
1 – Reconhece os cheiros.
4 – Sem sensibilidade táctil (lado direito).
2 – Esquece factos recentes como nomes, encontros, mas lembra-se de factos importantes.
2 – Por vezes desorienta-se no tempo e no espaço.
2 – Lento a apreender as explicações ou os pedidos.
3 – avalia mal as situações e não toma decisões sensatas necessita fortemente da nossa opinião.
2 – Perturbações de comportamento menores (humor variável) que necessitam uma vigilância ocasional.
4 – Deve ser levantado e deitado.
4 – Não anda.
4 – Incapaz de utilizar escadas.
4 – Necessita que um terceiro empurre a cadeira de rodas.
2 – Tem um defeito de linguagem mas tem êxito a exprimir o seu pensamento.
2 – Responde ao telefone mas não compõe alguns números memorizados.
1 – Interessa-se pela sua aparência.
4 – Deve ser transportado em ambulância.
4 – Deve ser lavado por um terceiro porque não participa activamente na sua higiene.
4 – Deve ser vestido por um terceiro.
3 – Necessita de uma ajuda parcial: devem cortar-se ou picar previamente os seus alimentos.
2 – Toma os seus medicamentos se forem preparados previamente.
4 – Incapaz de utilizar os lavabos, a cadeira elevada, etc..
2 – Incontinência vesical ocasional; um terceiro deve frequentemente lembrá-lo de ir ao WC.
2 – Incontinência fecal ocasional.
Resultados da Avaliação de Autonomia
Funcional (ver fig. 1)no final de Maio de 2010, ainda que as
alterações/evolução não aparente ser muito significativa, há maior
autonomia porque passou a alimentar-se sozinha, sem necessitar nenhum
tipo de ajuda, assim como pela recuperação da mobilidade do braço
direito pode deslocar-se sozinha com a a cadeira de rodas. Na higiene
participa, lavando a cara, os dentes e colabora com a cuidadora.
1 – Vê de forma adequada com ou sem óculos.
1 – Ouve correctamente com ou sem prótese auditiva.
1 – Reconhece todos os sabores.
1 – Reconhece os cheiros.
1 – Sensibilidade no tacto, térmica, vibratória e dor.
2 – Esquece factos recentes como nomes, encontros, mas lembra-se de factos importantes.
2 – Por vezes desorienta-se no tempo e no espaço.
2 – Lento a apreender as explicações ou os pedidos.
3 – Avalia mal as situações e não toma decisões sensatas necessita fortemente da nossa opinião.
2 – Perturbações de comportamento menores (humor variável) que necessitam uma vigilância ocasional.
4 – Deve ser levantado e deitado.
4 – Não anda.
4 – Incapaz de utilizar escadas.
3 – Circula unicamente dentro com cadeira de rodas mas tem pontualmente necessidade de ajuda.
2 – Tem um defeito de linguagem mas tem êxito a exprimir o seu pensamento.
2 – Responde ao telefone mas não compõe alguns números memorizados.
1 – Interessa-se pela sua aparência.
4 – Deve ser transportado em ambulância.
3 – Necessidade de ajuda para lavar-se (higiene diária) mas participa activamente.
4 – Deve ser vestido por um terceiro.
1 – Come sozinho.
2 – Toma os seus medicamentos se forem preparados previamente.
4 – Incapaz de utilizar os lavabos, a cadeira elevada, etc..
1 – Micção normal.
1 – Esclarecimento normal.
1 – Vê de forma adequada com ou sem óculos.
1 – Ouve correctamente com ou sem prótese auditiva.
1 – Reconhece todos os sabores.
1 – Reconhece os cheiros.
1 – Sensibilidade no tacto, térmica, vibratória e dor.
2 – Esquece factos recentes como nomes, encontros, mas lembra-se de factos importantes.
2 – Por vezes desorienta-se no tempo e no espaço.
2 – Lento a apreender as explicações ou os pedidos.
3 – Avalia mal as situações e não toma decisões sensatas necessita fortemente da nossa opinião.
2 – Perturbações de comportamento menores (humor variável) que necessitam uma vigilância ocasional.
4 – Deve ser levantado e deitado.
4 – Não anda.
4 – Incapaz de utilizar escadas.
3 – Circula unicamente dentro com cadeira de rodas mas tem pontualmente necessidade de ajuda.
2 – Tem um defeito de linguagem mas tem êxito a exprimir o seu pensamento.
2 – Responde ao telefone mas não compõe alguns números memorizados.
1 – Interessa-se pela sua aparência.
4 – Deve ser transportado em ambulância.
3 – Necessidade de ajuda para lavar-se (higiene diária) mas participa activamente.
4 – Deve ser vestido por um terceiro.
1 – Come sozinho.
2 – Toma os seus medicamentos se forem preparados previamente.
4 – Incapaz de utilizar os lavabos, a cadeira elevada, etc..
1 – Micção normal.
1 – Esclarecimento normal.
Uma das principais queixas apresentadas
pela paciente, a par da hemiplegia direita (impossibilitando o uso do
membro superior e inferior direitos), é ao nível da memória e, para
avaliar, expusemo-la ao teste de reconhecimento de figuras. Fora do
ambiente Snoezelen, só após a indicação escrita (por parte do
paciente) é que foi capaz de se lembrar dos elementos (após o 5.º mês de
fisioterapia é que pode escrever com a própria mão direita). No
ambiente Snoezelen, após os momentos iniciais de relaxamento e
passado o 30.º segundo de visualização dos objectos foi capaz de se
lembrar de todos (após o 3º mês de intervenção no Snoezelen).
Ver Fig. 2 – Teste de Memória – reconhecimento de figuras e Tabela 1 –
no início da Intervenção e após o 3º mês de Intervenção.
O desempenho da paciente em tarefa de
identificação e memorização dos objectos desenhados (5 vezes em dias
diferentes em duas fases distintas) sendo que O – corresponde a evocação
correcta e X – evocação errada. De ressaltar que não se lembrou do
pente porque não identificou o mesmo no desenho.
No entanto, observamos que no dia-a-dia
há determinados aspectos da organização do mesmo que não são memorizados
como, por exemplo, a hora da fisioterapia. Perguntando sempre “a que
horas é?” Ou ainda esquecendo que, nas quartas-feiras não tem sessão de
fisioterapia (mas sim de snoezelen – Duas sessões em média por
semana às quartas feiras e aos sábados das 12h às 12h40m) e manifesta
ansiedade porque ainda não foi à sessão.
A avaliação e a intervenção ao nível do Snoezelen
resgatam a integralidade na atenção à saúde e não se restringem tanto à
cura, mas sim, à optimização do funcionamento global e ao conforto do
paciente, ainda que temporariamente, pois sabe-se presente no tempo e no
espaço.
A exploração da capacidade de
coordenação do acto motor manual utilizando todos os membros do lado
direito só acontecia inicialmente por ordem/indicação e ajuda total; a
pouco e pouco foi desenvolvendo a capacidade de sozinha explorar os
limites e por vezes aconteceu que não foi capaz de os avaliar. A
capacidade de organização ópticoespacial está satisfatoriamente mantida,
sendo que para realizar tarefas mais complexas demonstra maior
preocupação para não cometer erros e insiste no pedido de auxílio para a
realizar com perfeição. A capacidade de cópia e desenho livre de
estímulos estavam comprometidos, mas ao fim de 4 meses pode começar a
executar estas tarefas, pois a hemiplegia à direita impedia a realização
de determinadas tarefas.
De forma global, a percepção de
estímulos acústicos e a execução motora de grupos rítmicos encontram-se
normalizados. Todavia, alguns erros cometidos parecem não se dever a
défices sensoriais ou perceptivos sensoriais ou perceptivos centrais,
antes sim motivados pelo padrão de impulsividade e ansiedade que
caracteriza a doente.
A exploração das sensações cutâneas
distais superiores revela mais uma vez o que já sabemos sobre a
hemiplegia (neste caso à direita). Mas a persistência terapêutica (3
meses) com as fibras ópticas e as texturas foi, sem dúvida, um impulso
para a aquisição de novas sensações e a recuperação das zonas em causa.
Precisou muitas vezes do auxílio da visão para o
reconhecimento.
reconhecimento.
As funções visuais não se encontram
comprometidas pois a doente reconhece objectos apresentados e desenhados
em diferentes escalas, graus de complexidade. Revela alguns erros em
tarefas mais
complexas de organização visuoespacial, mas após a detecção do erro ou com relativa ajuda consegue realizar a tarefa como, por exemplo, na execução por cópia da figura complexa de Rey ou do teste do
Relógio (que por si só são testes que em parceria com toda a avaliação revelam outros tipos de funções comprometidas ou não) e o jogo dos cubos (ver Fig 3 – Teste do relógio e figura complexa de Rey,
ambos elaborados a partir de cópia). As imagens são reveladoras da evolução, mesmo que não coloquemos aqui nenhuma imagem anterior, podemos afirmar que no início da intervenção, a paciente não
poderia elaborar nenhuma cópia, por causa da mão estar afectada pela hemiplegia.
complexas de organização visuoespacial, mas após a detecção do erro ou com relativa ajuda consegue realizar a tarefa como, por exemplo, na execução por cópia da figura complexa de Rey ou do teste do
Relógio (que por si só são testes que em parceria com toda a avaliação revelam outros tipos de funções comprometidas ou não) e o jogo dos cubos (ver Fig 3 – Teste do relógio e figura complexa de Rey,
ambos elaborados a partir de cópia). As imagens são reveladoras da evolução, mesmo que não coloquemos aqui nenhuma imagem anterior, podemos afirmar que no início da intervenção, a paciente não
poderia elaborar nenhuma cópia, por causa da mão estar afectada pela hemiplegia.
A audição fonémica, avaliada através de
tarefas de repetição verbal e escrita, encontra-se normalizada após 4
meses de intervenção. Denota-se apenas alguma dificuldade de atenção.
Foi diagnosticada disatria, mas não muito severa. A repetição constante
das indicações das tarefas, a manutenção de conversas informais, o
expressar verbalmente do que vivenciava no Snoezelen levou à
quase total superação deste distúrbio neurológico assim como a paralesia
facial tipo central homolateral foi-se desvanecendo com o tempo e
exercitação.
Por vezes, na repetição de alguma
palavra com fonética mais elaborada mostra ainda relutância em repetir
como, por exemplo,preponderância, otorrinolaringologista, etc.. Mas de
um modo geral articula bem as palavras, séries de palavras e frases…
Sempre que se engana dá conta do mesmo e tenta sempre com sucesso
corrigir. O seu desempenho ao nível da leitura mantém-se intacto. O
mesmo tem sido uma alavanca para manter também o desempenho na
oralidade.
Quanto ao cálculo aritmético mantém a
capacidade ao nível de operações simples de somar, no cálculo em
subtracção ou multiplicação simples e complexo revela elevada
dificuldade, que aumenta ao nível
da abstracção.
da abstracção.
Ao nível das funções mnésicas, a memória
remota e memória procedimental estão globalmente preservadas. Revela
boa capacidade de memória na realização dos exercícios, mas manifesta
muitos esquecimentos ao nível das rotinas diárias. Poder-se-á entender
na medida em que a re-evocação de histórias e de imagem-palavra está
normalizado e o facto de se sentir a ser avaliada faz com que a atenção
(embora por vezes falte) esteja mais preservada.
PROGRAMA DE INTERVENÇÃO
Após a avaliação, o programa de fisioterapia e Snoezelen
com a doente foi estruturado tendo em consideração as dificuldades
apresentadas pela mesma e pelo relatório médico (ver Tabela 2 –
Esquematização do processo de intervenção)
O processo de reabilitação em AVC deve
ser contínuo e activo. Deve promover a maximização de toda e qualquer
oportunidade de retorno ao níveis de funcionalidade precedentes e ao
estilo de vida o mais activo possível e produtivo (AA.VV, 1997).
Dada a multiplicidade de sequelas
decorrentes do AVC, todo o trabalho de recuperação implica
necessariamente a coordenação de esforços de vários profissionais e
várias intervenções terapêuticas sem fim no tempo porque após a possível
recuperação há que necessariamente proceder à manutenção e retardamento
de maiores níveis de dependência.
O processo caracterizou-se por duas
etapas: primária e secundária. A primária, enquanto resultado dos
processos neurofisiológicos de recuperação como a diminuição do edema,
não ocorrência de hemorragias, reabsorção de toxinas (responsabilidade
hospitalar e do acompanhamento da enfermagem), e a secundária, como
resultado de estratégias de aprendizagem, reorganização e manutenção
(cf. Maia, Correia & Leite,
2009). Um dos pressupostos transversais à intervenção com o Snoezelen nesta idosa, vítima de AVC, independentemente da zona afectada, consistiu na intervenção centrada na estimulação sensorial, na estimulação do sistema proprioceptivo. Esta intervenção iniciou-se imediatamente à entrada da idosa no Lar dado que a mesma já se encontrava num estado responsivo. A estimulação conferida à utente foi intensiva de forma adequada às suas necessidades e não apenas um reensinar das capacidades perdidas.
2009). Um dos pressupostos transversais à intervenção com o Snoezelen nesta idosa, vítima de AVC, independentemente da zona afectada, consistiu na intervenção centrada na estimulação sensorial, na estimulação do sistema proprioceptivo. Esta intervenção iniciou-se imediatamente à entrada da idosa no Lar dado que a mesma já se encontrava num estado responsivo. A estimulação conferida à utente foi intensiva de forma adequada às suas necessidades e não apenas um reensinar das capacidades perdidas.
Habitualmente as sessões de Snoezelen
têm um enfoque particularmente sensitivo e por vezes cognitivo,
iniciando-se através da orientação espacial, na utilização dos sentidos e
na estimulação do sistema
proprioceptivo.
proprioceptivo.
A idosa foi apoiada a restabelecer
níveis de coordenação visuoespacial através da orientação comandada das
cores dos tubos de água com bolhas (causa-efeito). Foi ainda orientada a
concretizar actividades
como sair sozinha da cadeira de rodas e deitar-se na cama de água (após a 15.ª sessão de fisioterapia), no sentido de restabelecer níveis de coordenação muscular para concretizar pequenas actividades como levantar as pernas até um ângulo de 80º (em posição deitada), em ordem ao treinamento de actividades da vida diária.
como sair sozinha da cadeira de rodas e deitar-se na cama de água (após a 15.ª sessão de fisioterapia), no sentido de restabelecer níveis de coordenação muscular para concretizar pequenas actividades como levantar as pernas até um ângulo de 80º (em posição deitada), em ordem ao treinamento de actividades da vida diária.
Em tarefas de estereognosia (exploração
de objectos com a mão direita sem auxílio da visão), o desempenho
inicialmente deficitário, não só a nível do reconhecimento como
discriminação de intensidades de estimulação somatosensorial (não
distinção de toques fortes e leves, nos membros do lado direito), ao fim
de 15 sessões a diferença é abissal, reconheceu quase todos os
objectos, texturas e locais de toque sem auxílio da visão o que permitiu
também passar para algumas actividades no âmbito da ergoterapia.
No processo de estimulação sensorial e neuropsicológica
procuramos adequar os estímulos às dificuldades da doente, falando
calmamente e repetindo os exercícios no sentido de um treinamento mais
sistemático e persistente. Esta calma é imprescindível pois a
lentificação dos processos de assimilação e processamento da informação,
mesmo que não esteja muito afectado, está lentificado, daí a
persistência no treino da execução dos mesmos exercícios e de modo
especial referimos novamente as fibras ópticas e as texturas ao som dos
concertos para piano de Mozart (Mozart: Les 23 concertos piano).
A estimulação proporcionada à idosa foi
intensiva, mas com consciência plena que foi de acordo com as suas
necessidades e sobretudo potencialidades e reensinamento das capacidades
perdidas. Algumas precauções foram tomadas como, por exemplo, a
adaptação do comportamento à idade real (mesmo que por vezes a mesma
tenha assumido um comportamento infantilizado), não utilizando nunca voz
agressiva nem
barulhenta e, para além de tudo isto, valorizando e reforçando sempre os sucessos e não valorizando os desempenhos erráticos. Os níveis de saturação e cansaço na abordagem inicial às tarefas foram altos e aquando de tarefas em que a dificuldade de resposta era maior chegou a apresentar respostas emocionais desadequadas, ainda que compreensíveis.
barulhenta e, para além de tudo isto, valorizando e reforçando sempre os sucessos e não valorizando os desempenhos erráticos. Os níveis de saturação e cansaço na abordagem inicial às tarefas foram altos e aquando de tarefas em que a dificuldade de resposta era maior chegou a apresentar respostas emocionais desadequadas, ainda que compreensíveis.
Em suma, tanto do ponto de vista da avaliação como da intervenção, verificámos ao nível qualitativo que o Snoezelen
foi um auxílio precioso no processo de reabilitação e manutenção das
faculdades existentes (ver Tabela 3 – Dieta Sensorial e Observações).
O caminho de 5 meses foi de busca, de
presença, de acompanhamento, de “estar”… um caminho que queríamos
compreender eideticamente (eidos, do grego – essência) o evento Snoezelen
na vida dos idosos (e desta paciente em particular). Tomando cada um
dos excertos dos registos transcritos nas diferentes unidades e no
quadro anterior, atrevemo-nos a dizer que o Snoezelen contribui e muito para uma melhor qualidade de vida dos idosos do Lar Santa Beatriz da Silva.
O tema abordado, desde a sua génese, teve apenas como único desafio passar para o papel tudo o que se foi aprendendo sobre Snoezelen e suas implicações na vida dos idosos da nossa Instituição.
As teorias abordadas neste caminho fazem
parte de um grupo de “grandes teorias”, as quais procuram explicar, de
forma geral, a relação entre pessoas idosas, envelhecimento e sociedade.
Os estudos e
as pesquisas demonstram que estas teorias ficam, em muitos casos, generalistas demais, levando a formas de explicação pouco precisas. Por isso, as todas as gerações de teorias sociológicas seriam necessárias para um conhecimento maior e mais aprofundado do fenómeno do envelhecimento. Mas o conhecimento das teorias aqui apresentadas continua a ser a nossa referência, pela sua simplicidade.
as pesquisas demonstram que estas teorias ficam, em muitos casos, generalistas demais, levando a formas de explicação pouco precisas. Por isso, as todas as gerações de teorias sociológicas seriam necessárias para um conhecimento maior e mais aprofundado do fenómeno do envelhecimento. Mas o conhecimento das teorias aqui apresentadas continua a ser a nossa referência, pela sua simplicidade.
Apresentar a nossa vivência no ambiente Snoezelen
assim como a descrição do breve e simples estudo caso foi uma dura e
longa jornada. Difícil por ser a primeira tentativa de passar para o
papel a “nossa
vida”.
vida”.
Os objectivos do Snoezelen no Lar Santa Beatriz da Silva são:
· Estimular os sentidos e contacto com materiais diversos;
· Promover um sentido de pertença através da participação activa das pessoas envolvidas nas sessões de Snoezelen;
· Incentivar a participação activa dos agentes e usuários;
· Estimular a criatividade e a curiosidade sobre os estímulos;
· Promover a participação dos familiares e colaboradores;
· Proporcionar relaxamento e estimulação sensorial;
· Compartilhar a metodologia com outras Instituições;
· Criar “alianças de qualidade de vida” entre todos os participantes: usuários, familiares, profissionais e compartilhar ferramentas terapêuticas;
· Considerar o Snoezelen não uma terapia mas uma ocasião de relaxamento e de experiências de prazer que põe em acção todos os sentidos;
· Ver no quotidiano de cada dia na instituição tudo o que é multissensorial como ocasião de crescimento e descoberta pessoal e que encoraja o pensamento criativo mesmo em pessoas com graves deficits.
· Estimular os sentidos e contacto com materiais diversos;
· Promover um sentido de pertença através da participação activa das pessoas envolvidas nas sessões de Snoezelen;
· Incentivar a participação activa dos agentes e usuários;
· Estimular a criatividade e a curiosidade sobre os estímulos;
· Promover a participação dos familiares e colaboradores;
· Proporcionar relaxamento e estimulação sensorial;
· Compartilhar a metodologia com outras Instituições;
· Criar “alianças de qualidade de vida” entre todos os participantes: usuários, familiares, profissionais e compartilhar ferramentas terapêuticas;
· Considerar o Snoezelen não uma terapia mas uma ocasião de relaxamento e de experiências de prazer que põe em acção todos os sentidos;
· Ver no quotidiano de cada dia na instituição tudo o que é multissensorial como ocasião de crescimento e descoberta pessoal e que encoraja o pensamento criativo mesmo em pessoas com graves deficits.
Os resultados esperados não se prendem
com quantificações ou certezas científicas absolutas da dimensão
terapêutica mas percebemos que no limite do sofrimento humano, o
terapeuta eleva-se numa atitude onde o seu corpo e a sua mente e da
pessoa cuidada, convergem para uma dinâmica com harmonia, organização e
respeito. Há reciprocidade e o mais pequeno detalhe é valorizado, de
modo que quanto mais vulnerável e dependente é a pessoa doente, mais
delicado, fino e leve é o gesto, o olhar, o movimento, a voz e o
contacto do cuidador (cf. Simões, Rodrigues & Salgueiro, 2008).
Neste ambiente acontece o resultado esperado num Lar de idosos, o
resultado de melhor qualidade de vida.
Parafraseando Karl Popper podemos dizer que o Snoezelen é a rede que lançamos para captar a realidade dos idosos em Lar e melhorá-la.
Chegados ao fim da caminhada que
porposta, cientes dos limites científicos e da ausência de certezas
absolutas, mas certos de que foi aberto um caminho de investigação mais
séria sobre a influência do Snoezelen para maior qualidade de vida em idosos grande dependentes.
“ Cheguei ao fim do fio da continuidade”
(Almada Negreiros)
(Almada Negreiros)
REFERÊNCIAS
AA.VV. (1997). Rehabilitation. Stroke, 28, 1522-1526.
AA.VV. (2004). The implementation of Snoezelen in psychogeriatric care: an evaluation through the eyes of caregivers in International Journal of Nursing Studies 41. pp. 397–409
Maia, L., Correia, C. & Leite, R. (2009). Avaliação e Intervenção neuropsicológica. Lisboa: Lidel.
Montobbio, E. & Lepri, C. (2000). Chi sarei se potessi essere.. Pisa: Ed. Del Cerro.
Simões, M., Rodrigues, M. & Salgueiro, N. (2008) O significado da filosofia da humanitude, no contexto dos cuidados de enfermagem à pessoa dependente e vulnerável. Revista Referência II Série nº 7. Ministério da Saúde. Lisboa pp 97-10
TABELAS
FIGURAS
CHAVES DE LEITURA E INTERPRETAÇÃO DA FICHA
FUNÇÕES SENSORIAIS
VER
1. Vê de forma adequada com ou sem óculos.
2. Problemas de visão mas conseguem fazer as suas actividades.
3. Não vê o contorno dos objectos, precisa ser guiado.
4. Cego.
VER
1. Vê de forma adequada com ou sem óculos.
2. Problemas de visão mas conseguem fazer as suas actividades.
3. Não vê o contorno dos objectos, precisa ser guiado.
4. Cego.
ENTENDER – OUVIR
1. Ouve correctamente com ou sem prótese auditiva.
2. Ouve mas só se falar bem alto.
3. Não entende se não for bem alto e acompanhado de gestos.
4. Surdo.
1. Ouve correctamente com ou sem prótese auditiva.
2. Ouve mas só se falar bem alto.
3. Não entende se não for bem alto e acompanhado de gestos.
4. Surdo.
GOSTO
1. Reconhece todos os sabores.
2. Não diferencia sabores.
3. Não reconhece sabores.
4. Falta de paladar.
1. Reconhece todos os sabores.
2. Não diferencia sabores.
3. Não reconhece sabores.
4. Falta de paladar.
SENTIR – CHEIRO
1. Reconhece os cheiros.
2. Não reconhece os maus cheiros.
3. Não reconhece os cheiros.
4. Sem cheiro.
1. Reconhece os cheiros.
2. Não reconhece os maus cheiros.
3. Não reconhece os cheiros.
4. Sem cheiro.
TOQUE
1. Sensibilidade no tacto, térmica, vibratória e dor.
2. Dificuldade de reconhecer os objectos sem ajuda da vista.
3. Diminuição da sensibilidade à dor e térmica.
4. Sem sensibilidade táctil.
1. Sensibilidade no tacto, térmica, vibratória e dor.
2. Dificuldade de reconhecer os objectos sem ajuda da vista.
3. Diminuição da sensibilidade à dor e térmica.
4. Sem sensibilidade táctil.
FUNÇÕES MENTAIS
MEMÓRIA
1. Memória normal.
2. Esquece factos recentes como nomes, encontros, mas lembra-se de factos importantes.
3. Esquece aspectos da vida corrente (apagar ou acender a luz, pentear-se, etc..).
4. Quase amnésico.
MEMÓRIA
1. Memória normal.
2. Esquece factos recentes como nomes, encontros, mas lembra-se de factos importantes.
3. Esquece aspectos da vida corrente (apagar ou acender a luz, pentear-se, etc..).
4. Quase amnésico.
ORIENTAÇÃO
1. Bem orientado no tempo e no espaço.
2. Por vezes desorienta-se no tempo e no espaço.
3. É orientado somente no espaço habitual, no imediato e com pessoas familiares.
4. Desorientação completa.
1. Bem orientado no tempo e no espaço.
2. Por vezes desorienta-se no tempo e no espaço.
3. É orientado somente no espaço habitual, no imediato e com pessoas familiares.
4. Desorientação completa.
COMPREENSÃO
1. Compreende bem.
2. Lento a apreender as explicações ou os pedidos.
3. Compreende apenas parcialmente após explicações repetidas.
4. Não compreende o que se passa em redor.
1. Compreende bem.
2. Lento a apreender as explicações ou os pedidos.
3. Compreende apenas parcialmente após explicações repetidas.
4. Não compreende o que se passa em redor.
JULGAMENTO
1. Avalia as situações e toma decisões sensatas.
2. Avalia as situações mas necessita conselhos para tomar decisões.
3. Avalia mal as situações e não toma decisões sensatas necessita fortemente da nossa opinião.
4. Não avalia as situações e devem-se tomar as decisões no seu lugar.
1. Avalia as situações e toma decisões sensatas.
2. Avalia as situações mas necessita conselhos para tomar decisões.
3. Avalia mal as situações e não toma decisões sensatas necessita fortemente da nossa opinião.
4. Não avalia as situações e devem-se tomar as decisões no seu lugar.
COMPORTAMENTO
1. Adequado.
2. Perturbações de comportamento menores (humor variável) que necessitam uma vigilância ocasional.
3. Perturbações do comportamento que necessitam uma vigilância mais intensiva (agressividade para com ele ou os outros).
4. Perigosos, tenta ferir os outros ou ferir-se.
1. Adequado.
2. Perturbações de comportamento menores (humor variável) que necessitam uma vigilância ocasional.
3. Perturbações do comportamento que necessitam uma vigilância mais intensiva (agressividade para com ele ou os outros).
4. Perigosos, tenta ferir os outros ou ferir-se.
MOBILIDADE
LEVANTAR-SE
1. Levanta-se e deita-se sozinho.
2. Levanta-se e deita-se sozinho mas deve ser estimulado ou supervisionado ou guiado.
3. Necessidade de ajuda para se levantar e deitar.
4. Deve ser levantado e deitado.
LEVANTAR-SE
1. Levanta-se e deita-se sozinho.
2. Levanta-se e deita-se sozinho mas deve ser estimulado ou supervisionado ou guiado.
3. Necessidade de ajuda para se levantar e deitar.
4. Deve ser levantado e deitado.
CAMINHAR NO INTERIOR
1. Desloca-se com ou sem ajudas técnicas.
2. Desloca-se mas deve ser guiado, estimulado ou supervisionado porque não é diligente na sua segurança.
3. Necessita da ajuda de terceiro.
4. Não anda.
1. Desloca-se com ou sem ajudas técnicas.
2. Desloca-se mas deve ser guiado, estimulado ou supervisionado porque não é diligente na sua segurança.
3. Necessita da ajuda de terceiro.
4. Não anda.
UTILIZAR ESCADAS INTERIORES
1. Sobe e desce escadas únicas.
2. Sobe e desce escadas mas deve ser guiado, estimulado ou supervisionado ou sobe e desce escadas de maneira não segura.
3. Sobe ou desce escadas com a ajuda de uma bengala.
4. Incapaz de utilizar escadas.
1. Sobe e desce escadas únicas.
2. Sobe e desce escadas mas deve ser guiado, estimulado ou supervisionado ou sobe e desce escadas de maneira não segura.
3. Sobe ou desce escadas com a ajuda de uma bengala.
4. Incapaz de utilizar escadas.
CAMINHAR NO EXTERIOR
1. Desloca-se com ou sem ajudas técnicas.
2. Desloca-se mas deve ser guiado, estimulado ou supervisionado porque não é diligente na sua segurança.
3. Necessita da ajuda de terceiro.
4. Não anda.
1. Desloca-se com ou sem ajudas técnicas.
2. Desloca-se mas deve ser guiado, estimulado ou supervisionado porque não é diligente na sua segurança.
3. Necessita da ajuda de terceiro.
4. Não anda.
INSTALAR PRÓTESE
1. Instalação única da sua prótese.
2. Necessidade que se verifica na instalação da sua prótese.
3. Ajuda parcial necessária.
4. A prótese deve ser instalada por um terceiro.
1. Instalação única da sua prótese.
2. Necessidade que se verifica na instalação da sua prótese.
3. Ajuda parcial necessária.
4. A prótese deve ser instalada por um terceiro.
DESLOCAR-SE EM CADEIRA DE RODAS
1. Circula mesmo fora.
2. Circula dentro.
3. Circula unicamente dentro mas tem pontualmente necessidade de ajuda.
4. Necessita que um terceiro empurre a cadeira.
1. Circula mesmo fora.
2. Circula dentro.
3. Circula unicamente dentro mas tem pontualmente necessidade de ajuda.
4. Necessita que um terceiro empurre a cadeira.
COMUNICAÇÃO – FALAR
1. Fala normalmente.
2. Tem um defeito de linguagem mas tem êxito a exprimir o seu pensamento.
3. Tem defeito de linguagem mas pode comunicar certas necessidades primárias, ou responder a perguntas por sim ou não.
4. Incapaz de comunicar verbalmente
1. Fala normalmente.
2. Tem um defeito de linguagem mas tem êxito a exprimir o seu pensamento.
3. Tem defeito de linguagem mas pode comunicar certas necessidades primárias, ou responder a perguntas por sim ou não.
4. Incapaz de comunicar verbalmente
UTILIZAR O TELEFONE
1. Serve-se do telefone.
2. Responde ao telefone mas não compõe alguns números memorizados.
3. Comunica ao telefone mas não compõe número.
4. Incapaz de utilizar o telefone.
1. Serve-se do telefone.
2. Responde ao telefone mas não compõe alguns números memorizados.
3. Comunica ao telefone mas não compõe número.
4. Incapaz de utilizar o telefone.
TRATAR da SUA IMAGEM
1. Interessa-se pela sua aparência.
2. Necessidade de estimulação para tratar da sua aparência.
3. Necessidade de ajuda.
4. Não se interessa pela sua aparência.
1. Interessa-se pela sua aparência.
2. Necessidade de estimulação para tratar da sua aparência.
3. Necessidade de ajuda.
4. Não se interessa pela sua aparência.
UTILIZAR os MEIOS de TRANSPORTE
1. Utiliza algum meio de transporte (automóvel, táxi, autocarros).
2. Deve ser acompanhado para utilizar um meio de transporte.
3. Utiliza apenas o automóvel ou um veículo adaptado à condição a ser acompanhado e ajudado para subir e descer.
4. Deve ser transportado em ambulância.
1. Utiliza algum meio de transporte (automóvel, táxi, autocarros).
2. Deve ser acompanhado para utilizar um meio de transporte.
3. Utiliza apenas o automóvel ou um veículo adaptado à condição a ser acompanhado e ajudado para subir e descer.
4. Deve ser transportado em ambulância.
ACTOS DA VIDA QUOTIDIANA – AVD’S
LAVAR-SE
1. Lava-se sozinho.
2. Lava-se sozinho mas deve ser estimulado; ou necessita de vigilância; ou que se lhe prepare o necessário; ou tem necessidade de ajuda para um banho completo (semanal).
3. Necessidade de ajuda para lavar-se (higiene diária) mas participa activamente.
4. Deve ser lavado por um terceiro porque não participa activamente na sua higiene.
LAVAR-SE
1. Lava-se sozinho.
2. Lava-se sozinho mas deve ser estimulado; ou necessita de vigilância; ou que se lhe prepare o necessário; ou tem necessidade de ajuda para um banho completo (semanal).
3. Necessidade de ajuda para lavar-se (higiene diária) mas participa activamente.
4. Deve ser lavado por um terceiro porque não participa activamente na sua higiene.
VESTIR-SE
1. Veste-se sozinho.
2. Veste-se sozinho mas deve ser estimulado ou tem necessidade de vigilância para se vestir ou deve-se tirar-lhe a sua roupa e apresentar-lhe ou deve-se fazer apenas certos toques finais (botões).
3. Necessita a ajuda para vestir-se.
4. Deve ser vestido por um terceiro.
1. Veste-se sozinho.
2. Veste-se sozinho mas deve ser estimulado ou tem necessidade de vigilância para se vestir ou deve-se tirar-lhe a sua roupa e apresentar-lhe ou deve-se fazer apenas certos toques finais (botões).
3. Necessita a ajuda para vestir-se.
4. Deve ser vestido por um terceiro.
ALIMENTAR-SE
1. Come sozinho.
2. Come sozinho mas deve ser estimulado.
3. Necessita de uma ajuda parcial: deve-se cortar ou picar o seu alimento previamente.
4. Deve ser alimentado inteiramente por um terceiro.
1. Come sozinho.
2. Come sozinho mas deve ser estimulado.
3. Necessita de uma ajuda parcial: deve-se cortar ou picar o seu alimento previamente.
4. Deve ser alimentado inteiramente por um terceiro.
TOMAR OS SEUS MEDICAMENTOS
1. Toma sozinho os seus medicamentos de maneira adequada.
2. Toma os seus medicamentos se forem preparados previamente.
3. Há necessidade de vigilância para assegurar-se de que toma convenientemente os seus medicamentos.
4. Deve-se fazer tomar os seus medicamentos.
1. Toma sozinho os seus medicamentos de maneira adequada.
2. Toma os seus medicamentos se forem preparados previamente.
3. Há necessidade de vigilância para assegurar-se de que toma convenientemente os seus medicamentos.
4. Deve-se fazer tomar os seus medicamentos.
UTlLlZAR OS LAVABOS
1. Utiliza só os lavabos.
2. Necessita uma vigilância aquando da utilização dos lavabos.
3. A necessidade da ajuda de um terceiro para ir aos lavabos ou utilizar a cadeira elevada, urinol ou a bacia.
4. Incapaz de utilizar os lavabos, a cadeira elevada, etc..
1. Utiliza só os lavabos.
2. Necessita uma vigilância aquando da utilização dos lavabos.
3. A necessidade da ajuda de um terceiro para ir aos lavabos ou utilizar a cadeira elevada, urinol ou a bacia.
4. Incapaz de utilizar os lavabos, a cadeira elevada, etc..
CONTINÊNCIA VESICAL
1. Micção normal.
2. Incontinência ocasional; ou um terceiro deve frequentemente lembrá-lo de ir ao WC.
3. Incontinência urinária frequente; ou necessita de sonda.
4. Incontinência urinária total.
1. Micção normal.
2. Incontinência ocasional; ou um terceiro deve frequentemente lembrá-lo de ir ao WC.
3. Incontinência urinária frequente; ou necessita de sonda.
4. Incontinência urinária total.
CONTINÊNCIA ANAL
1. Esclarecimento normal.
2. Incontinência fecal ocasional.
3. Incontinência frequente ou ajuda de colostomia.
4. Incontinência fecal total e habitual.
1. Esclarecimento normal.
2. Incontinência fecal ocasional.
3. Incontinência frequente ou ajuda de colostomia.
4. Incontinência fecal total e habitual.
Adaptado e traduzido de Éditique: Dr
Lucien Mias – 1993 – Adapté des grilles SMAF et IAD (Cf.
http://papidoc.chic-cm.fr/12evalcafim.html acedido a 20/01/2009)
http://www.associacaoamigosdagrandeidade.com/revista/volume-1-numero-1-2011/snoezelen-com-idosos/