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quarta-feira, 18 de março de 2009

Qualidade de vida dos seniores em Portugal

Qualidade de vida dos seniores em Portugal » A importância das Universidades da Terceira Idade

Dr. Luís Jacob, Director técnico do Centro Paroquial de Almeirim
O objectivo deste estudo era saber se o modelo de educação de adultos, intitulado «Universidade da Terceira Idade», tem de facto influência na qualidade de vida dos seniores.

A iminência deste estudo impõe-se pelo crescimento deste tido de respostas em Portugal (mais de 66 em Maio de 2005), pelo aumento dos mais velhos e pela relevância que a Comunidade Europeia quer dar à formação ao longo da vida.

Deste modo a RUTIS (Rede de Universidades da Terceira Idade – www.rutis.org) resolveu levar a cabo um estudo em três cidades do País (Santarém, Almeirim e Lisboa) sobre o impacto destas universidades na vida dos seus frequentadores.

Podemos, então, considerar as «Universidades da Terceira Idade, Universidade Sénior ou Academia Sénior como a resposta socioeducativa desenvolvida em equipamento(s), que visa criar e dinamizar regularmente actividades culturais, formativas e de convívio, para e pelos maiores de 50 anos, num contexto de formação ao longo da vida, em regime informal».

As Universidades da Terceira Idade (UTI) como movimento específico de ensino para adultos surgiram em França, em 1973, na Universidade de Toulouse, com o Dr. Pierre Vellas (médico e investigador). As UTI são um modelo de formação de adultos com grande sucesso a nível mundial que lhes proporciona um grande leque de actividades culturais, recreativas, científicas e de aprendizagem.

O termo Qualidade de Vida (QV), que Bowling1 considera como o «nível óptimo de funcionamento físico, mental, social e de desempenho, incluindo as relações sociais, percepções da saúde, bom nível de condição física e satisfação com a vida e bem-estar», não é único e tem recebido uma variedade de definições ao longo dos anos, variado de indivíduo para indivíduo2.

As teorias do envelhecimento bem-sucedido vêem «o sujeito como proactivo, regulando a sua qualidade de vida através da definição de objectivos e lutando para os alcançar, acumulando recursos que são úteis na adaptação à mudança e activamente envolvidos na manutenção do bem-estar» 3.



Estudo

Entre Novembro de 2004 e Abril de 2005, foram feitas 150 entrevistas, nas cidades de Santarém, Almeirim e Lisboa (50 em cada), aplicando a versão portuguesa do questionário SF-12, versão abreviada do SF-36 (Medical Outcomes Study Short Form 36) da Organização Mundial de Saúde. O SF-36 mede o estado funcional e o bem-estar e escolhemos este inquérito por ser curto, prático, multidimensional e bastante utilizado para medir a QV 3.

A amostra estudada foi de 150 indivíduos seniores, divididos em dois grupos. O grupo A foi constituído por 75 alunos das UTI (25 em cada cidade), não trabalhadores, 63 mulheres e 12 homens, com idades compreendidas entre os 50 anos e os 79 anos, com habilitações inferiores ao 12.º ano, residentes nestas cidades e que frequentassem a UTI há mais de um ano.

O grupo B foi constituído por 75 seniores não frequentadores das UTI, não trabalhadores, 60 mulheres e 15 homens, com idades compreendidas entre os 50 anos e os 81 anos, com habilitações inferiores ao 12.º ano, residentes e que não usufruíssem de qualquer resposta social (Centro de Dia, Lar, Apoio Domiciliário, Centro de Convívio e outros).

As UTI estudadas são frequentadas por 80% de mulhe­res, tendo a maioria dos alunos (65%) menos que o 6.º ano de escolaridade.

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