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segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Portugueses envelhecem mais rápido










Nos últimos 28 anos, a percentagem de idosos na população portuguesa aumentou para 17,4%


Não há nenhum país da Europa que esteja a envelhecer tão rápido como Portugal. Entre 1980 e 2008, a percentagem da população com mais de 65 anos subiu de 11,2% para 17,4%. Esta foi uma das conclusões do estudo do Instituto de Política Familiar, apresentando ontem no Parlamento Europeu.

Apesar de Portugal ainda estar longe dos 20,1% de idosos de Itália e Alemanha, o ritmo de crescimento tem sido acentuado. "Tivemos um processo de envelhecimento mais acelerado do que outros países, muito por culpa de um declínio grande da fecundidade", explica ao i Maria Filomena Mendes, professora da Universidade de Évora. "Nos últimos anos, tem havido mais medidas, mas em geral os governos não se aperceberam desta tendência demográfica."

Mário Bandeira, especialista em demografia e professor no ISCTE, também culpa a não intervenção dos governos pelo agravamento da situação. "Desde 1982, quando baixámos dos 2,1 filhos por mulher, que não asseguramos a substituição das gerações", afirma. "Lembro-me de Cavaco Silva ter colocado médicos a estudar a infertilidade das mulheres quando era primeiro-ministro. Os resultados estão à vista."

E o futuro não parece muito risonho. O envelhecimento deverá continuar nos próximos anos, o que já está a ter graves consequências para a sustentabilidade da segurança social. "O Estado tem de pagar a mais pessoas e durante mais tempo", sublinha Filomena Mendes. "É necessário aumentar a natalidade de forma sustentada, através de incentivos laborais, nos custos da educação dos filhos e no rendimento das famílias."

O estudo revela ainda que, a par de Espanha, Portugal é o país que menos assistência oferece às famílias. O Estado português gasta 1,2% do PIB, enquanto a média europeia chega a 2,1%. Na opinião de Mário Bandeira, o mais importante é haver uma revolução de mentalidades. "É preciso perceber que está em causa o futuro do país."

Fonte: Jornal i - por Nuno Aguiar , Publicado em 12 de Novembro de 2009

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