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sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

A velocidade da marcha parece estar ligada à longevidade das pessoas com mais de 65 anos.

Segundo estudos publicados hoje no jornal da associação médica norte-americana (JAMA).

“O número antecipado de anos a viver para os homens e as mulheres aumenta com a velocidade da sua marcha”, escrevem os autores da comunicação publicada no número do JAMA datado de 05 de janeiro, divulgado pela AFP.

Os estudos, que incidiram sobre um grupo extenso de indivíduos dos dois sexos, apuraram que a longevidade normalmente esperada para uma certa idade começa a aumentar a partir de uma velocidade de um metro por segundo. A velocidade média dos participantes foi de 0,92 metros por segundo.

Esta investigação baseou-se em dados recolhidos entre 1985 e 2000, junto de 34.485 indivíduos, dos quais 80 por cento brancos e 59,6 por cento mulheres, com uma idade média de 73,5 anos.

Os investigadores constataram que a velocidade da marcha está ligada às diferenças na probabilidade de sobrevivência dos participantes de todas as idades e de ambos os sexos.

Mas é especialmente cerca dos 75 anos que este parâmetro permite prever melhor a longevidade a dez anos, num intervalo de 19 a 87 por cento para os homens e de 35 a 91 por cento para as mulheres.

Os autores do estudo, liderado por Stephanie Studenski, da Universidade de Pittsburgh, no estado da Pensilvânia, concluíram que a velocidade da marcha é tão pertinente para prever a longevidade como a idade, o sexo, as doenças crónicas, um passado de fumador, o índice de massa corporal ou a tensão arterial.

In Jornal de Notícias

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Cada vez se morre mais nos hospitais ou em clínicas – houve um aumento de 13,3 por cento em Portugal neste período.

É uma tendência que começou na segunda metade do século XX e se acentuou na última década: morre-se cada vez mais nos hospitais. A casa como lugar para o fim da vida deixou de ser predominante e o problema é que uma parte substancial das unidades de saúde ainda não está preparada para lidar devidamente com a hospitalização da morte.

Só entre 2000 e 2008, a percentagem de pessoas que morreram nos hospitais ou em clínicas aumentou 13,3 por cento em Portugal. Os óbitos hospitalares representaram 61,4 por cento do total (contra 54,2 por cento, em 2000). Ao mesmo tempo, as mortes em casa – que em 2000 correspondiam sensivelmente um terço do total – eram já menos de 30 por cento em 2008. E é preciso notar que aqui estão incluídos os óbitos em lares de idosos. Os dados, do Instituto Nacional de Estatística, são analisados no estudo Dos 15 aos 115 – Tendências da mortalidade em Portugal 2000-2008 – um trabalho em que o Alto-Comissariado da Saúde avalia a evolução da mortalidade na primeira década do século XXI, comparando os valores dos anos 2000, 2004 e 2008.

É a confirmação de um fenómeno que o presidente do Conselho para a Qualidade na Saúde, o médico Luís Campos, foi o primeiro a observar e a destacar em Portugal. Em 1991, num trabalho sobre a hospitalização da morte, Luís Campos traçava já a curva ascendente dos óbitos por doença nas unidades de saúde, por contraponto às mortes por doença no domicílio – que representavam 88,3 por cento do total em 1958. Foi justamente no início da última década do século XX que passou a ser mais comum morrer no hospital do que em casa. Um fenómeno que é explicado por uma série de factores: a ocultação da morte, a mitificação da medicina e os avanços no campo da reanimação, acompanhados da redução do núcleo familiar e do aumento do trabalho feminino. O problema é que “esta mudança sociológica” não foi acompanhada pelo sistema de saúde, observa Luís Campos. Era necessário equipar os hospitais para as novas necessidades, mas ainda pouco foi feito.

Os autores do estudo do alto-comissariado chamam justamente a atenção para as debilidades da resposta a doentes em fase terminal nos hospitais. Para avaliar esta realidade, realizaram um inquérito em 28 serviços e obtiveram respostas de 36 responsáveis. Não é uma amostra representativa, mas permite ter uma ideia do que se passa nas unidades de saúde. Basta ver que apenas 36,8 por cento dos serviços inquiridos dispõem de um local próprio ou reservado para os doentes em fase terminal e que são a excepção os profissionais que têm treino específico para lidar com estes doentes, tal como são uma minoria os departamentos que mencionam a possibilidade de os cuidados serem prestados num esquema domiciliário.

O apoio aos familiares ainda é mais descurado: o telefone é o modo mais usado para participar a morte (71,7 por cento) e só uma minoria dos médicos e enfermeiros procura ajuda psicológica para os familiares após o óbito.

No trabalho recorda-se, a propósito, um estudo conduzido este ano pela Economist Intelligence Unit sobre a Qualidade da morte em 40 países, e em que Portugal surge globalmente classificado no 31.º lugar, sobretudo devido à dificuldade de acesso a cuidados paliativos.

Cancros matam cada vez mais

Globalmente, o cenário é bom: entre 2000 e 2008, verificou-se um declínio da mortalidade em todas as idades e as mortes prematuras (antes dos 65 anos) diminuíram. A má notícia é que os cancros mataram mais. Em termos absolutos, as mortes por cancro aproximavam-se já de um quarto do total dos óbitos em 2008 (23,2 por cento), quando em 2000 representavam pouco mais de um quinto.

Em contrapartida, as mortes devidas às duas principais doenças cardiovasculares (enfartes e acidentes vasculares cerebrais) baixaram substancialmente, de 28,8 por cento em 2000, para 21,6 por cento do total, em 2008.

Os resultados não surpreendem o presidente do colégio da especialidade de Oncologia da Ordem dos Médicos, Jorge Espírito Santo, que atribui este resultado ao aumento do número de novos casos de cancros. Mas há um dado referido no estudo do Alto Comissariado da Saúde – o número de anos de vida potencial perdidos – que é mais revelador, porque este indicador é que permite aferir o impacto que uma doença tem na sociedade, diz. Em 2008, o cancro era responsável por 29,4 por cento do total de anos de vida potencial perdida.”São pessoas que morrem cedo, em idades activas, com qualificação e experiência”, frisa Jorge Espírito Santo. Apesar de o enfoque dever ser colocado na prevenção primária e secundária, o médico lembra que é a boa organização do sistema de saúde também é fulcral para melhorar a situação.

In Publico

As mortes provocadas por Acidentes Vasculares Cerebrais (AVC) em Portugal diminuíram 33,9%.


Entre 2000 e 2008, tendo aumentado os óbitos por cancro no mesmo período, revela um estudo do Alto Comissariado da Saúde, publicado pela agência Lusa.

De acordo com o estudo “Tendências de Morte em Portugal” , disponível no sítio da internet do Alto-Comissariado, em Portugal registaram-se 99.025 mortes em 2000 e 98.840 em 2008, o que representa um decréscimo de 0,2%. O estudo concluiu que a maioria das mortes ocorreu devido a doenças do sistema circulatório e a cancro.

As doenças do sistema circulatório (enfarte agudo do miocárdio e AVC) foram responsáveis por 28,8% das mortes ocorridas em 2000, valor que baixou para os 21,6% em 2008. No entanto, a diminuição foi maior nas mortes devido a AVC (menos 33,9%) do que por enfarte agudo do miocárdio (menos 16,2%).

Em 2008, os AVC foram responsáveis por 162,8 mortes por mil habitantes e os enfartes por 84,9. Entre 2000 e 2008, as mortes provocadas por cancro aumentaram de 20,6% (o que representa 226,6 mortes por mil habitantes) para 23,2% (248,7 mortes por mil habitantes).

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

O Presidente Obama assinou uma lei histórica que estabelece as bases para uma Estratégia Nacional de Alzheimer nos EUA.


Este Projecto cria pela primeira vez uma estratégia nacional coordenada para uma das doenças mais temidas e mais caras e representa o reconhecimento da Doença de Alzheimer como epidemia, actualmente a sexta principal causa de morte nos Estados Unidos.
O Presidente Obama assinou uma lei histórica que estabelece as  bases para uma Estratégia Nacional de Alzheimer nos EUA.


A orientação americana vem ao encontro da posição que a Alzheimer Portugal tem defendido, e pela qual tem lutado, de que o reconhecimento das Demências como prioridade de Saúde Pública e de Política Social e a criação de um Plano Nacional para as Demências têm de ser vistas como uma prioridade nacional.