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terça-feira, 30 de novembro de 2010

Terapia ajudou ratos com Alzheimer

Terapia ajudou ratos com Alzheimer

Um grupo de cientistas conseguiu travar, e mesmo melhorar, os problemas de memória em ratinhos com a doença de Alzheimer através de uma terapia génica, em que um gene específico foi alterado para produzir maiores quantidades de uma molécula, a EphB2, que desempenha um papel chave na função da memória. A descoberta pode levar a uma nova abordagem terapêutica em doentes humanos no futuro.

Uma das características da doença de Alzheimer, tanto em seres humanos como em ratos, é que os níveis da enzima EphB2 são anormalmente baixos nos centros da memória do cérebro. E foi ao aumentar a circulação dessa molécula nessas regiões cerebrais, nos ratinhos, que a equipa do Gladstone Institute of Neurological Disease (GIND), em São Francisco, nos Estados Unidos, conseguiu inverter o problema da memória. O estudo foi publicado ontem na Nature.

As funções da aprendizagem e da memória pressupõem uma boa comunicação entre as células neuronais, o que envolve a libertação de moléculas - os neurotransmissores - que estimulam os receptores nas células. Na doença de Alzheimer há uma diminuição dos neurotransmissores.

"Pensámos que a molécula EphB2 deveria estar ligada aos problemas de memória nesta doença porque é um dos reguladores dos neurotransmissores e atinge níveis muito baixos na doença", explicou o coordenador do estudo, Moustapha Cisse.

Ao normalizarem os níveis daquela molécula nos ratos com Alzheimer os cientistas confirmaram a melhoria das funções da memória nos ratinhos e prevêem que a partir daqui é possível desenhar novas terapias.

Fonte: Jornal de Noticias 30-11-2010

domingo, 28 de novembro de 2010

Há cada vez menos lares para tantos idosos

"A insuficiência de resposta é a maior característica do apoio social a idosos em Portugal", diz Carlos Andrade, da União das Misericórdias Portuguesas (UMP). O ministério que tutela a área garante que não: há mais vagas do que utentes.

Segundo dados da Carta Social de 2008 sobre a capacidade das respostas sociais para a população idosa em Portugal continental, existiam 52.539 utentes em lares de idosos e residências, cuja capacidade total é de 53.373 vagas.

Por sua vez, dados do Observatório de Idosos e Grandes Dependentes da UMP permitem "constatar a persistência da difícil relação entre a procura de idosos que precisam de apoio e acolhimento e a capacidade de resposta: ainda hoje o número de camas é insuficiente", afirma o responsável pelo gabinete de Acção Social da UMP, Carlos Andrade.

Quanto às listas de espera, fonte do Ministério do Trabalho e da Solidariedade Social explica que "não é possível apurar uma lista com rigor", considerando que há idosos que podem inscrever-se em vários lares ao mesmo tempo ou garantir uma inscrição ainda antes de necessitar dela por forma a salvaguardar o seu futuro. Factores como estes podem "empolar as listas".

Com uma posição discordante, Carlos Andrade insiste que a única forma de contrariar a insuficiência de respostas sociais seria "criar uma quantidade de instituições e de camas superior aos valores da própria evolução demográfica" portuguesa, cuja tendência é de aumento do número de idosos. Contudo, o responsável da UMP ressalva que "não há estagnação" no universo das instituições para idosos, mas sim um "crescimento que não consegue acompanhar as necessidades reais".

Há, no entanto, um cenário que começa a evoluir: a qualificação dos equipamentos. Neste âmbito, verificam-se duas realidades distintas, continua a defender Carlos Andrade. "Por um lado, existem instituições com equipamentos novos, lares de grande qualidade tanto a nível nacional, como a nível internacional. Por outro lado, encontram-se os lares que continuam a funcionar com equipamentos antigos, mas esforçando-se para melhorar a qualidade dos seus serviços".

A actualização dos equipamentos, muitos deles a funcionar em edifícios centenários, está à espera que "o Estado reconheça o problema e avance com um projecto de apoio significativo para as Misericórdias e para as outras instituições", acrescenta.

Entretanto, no âmbito do Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais, "o Governo apostou na criação de raiz de alguns lares, facto que vem gerar mais camas e mais empregos". Contudo, a recuperação de lares antigos "terá que tornar-se numa prioridade do Governo".

Já na perspectiva de José Moura, director de O Lar do Comércio, Instituição Particular de Solidariedade Social situada em Leça do Balio, "o Governo não se tem comportado mal, tem vindo a realizar algum esforço no sentido de melhorar a vida dos idosos". No caso do Lar do Comércio, instituição com 73 anos de existência, José Moura sublinha o facto de "manter acordos com o Estado e não subsídios".

Enquanto que naquele lar os idosos pagam 70% da sua reforma, independentemente do seu valor, tendo acesso a todos os serviços da instituição, no universo da UMP, o custo médio mensal de um idoso para uma instituição situa-se entre mil e 1100 euros.

Neste momento, existem 1.352 instituições da UMP a prestar diversos tipos de apoios a 50.170 utentes em Portugal continental, Açores e Madeira. Neste universo incluem-se lares de idosos e lares para grandes dependentes, centros de dia e de convívio e vários organismos de apoio domiciliário.

Para Carlos Andrade, "o futuro reserva o aumento do número de idosos e a sociedade terá que fazer algo que ainda não fez: olhar com atenção para eles".

2009-12-27 Cláudia Luís

http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Sociedade/Interior.aspx?content_id=1456260

COMO ESCOLHER UMA ESTRUTURA RESIDENCIAL PARA PESSOAS IDOSAS.


«Cuidar de pais ou familiares idosos nem sempre é algo possível de levar a cabo por uma só pessoa e a alternativa prende-se com um internamento num lar de idosos. Uma vez que este pode ser um passo difícil na vida do idoso e da sua família, é importante saber escolher um lar de idosos e são vários os factores que devem ser levados em conta.
Referências

Uma das melhores formas de ficar a conhecer um bom lar de idosos é pedir referências a pessoas em quem confia – certamente conhece familiares, amigos ou colegas de trabalho que já passaram pela mesma situação e que podem indicar alguns dos lares que já visitaram ou que conhecem. Em alternativa, faça uma pesquisa na Internet ou através da lista telefónica – o importante é reunir várias opções para depois poder analisá-las mais cuidadosamente.
Localização

Por norma, uma família que procura um lar de terceira idade para um idoso, quer que esse espaço seja próximo da residência familiar. Porquê? Para estar o mais perto do idoso possível, de forma a facilitar as visitas regulares, mas também para poder acompanhar de perto o seu estado de saúde e poder estar rapidamente ao seu lado no caso de alguma emergência. Sabia que os idosos que têm visitas regulares nos lares onde vivem são mais felizes e saudáveis?

Orçamento

O internamento de um idoso num lar para a terceira idade implica um custo mensal fixo, o que significa que é necessário delinear um orçamento para o efeito. Antes de fazer isso, porém, é importante que a família se reúna e determine quem é que vai pagar essas despesas – vai ser o idoso ou os filhos/familiares vão repartir as despesas entre eles? Conhecido o valor mensal disponível para o efeito, terá mais um critério para o auxiliar na escolha de um lar de idosos.

Visita guiada

Quando já tiver uma lista de lares de idosos interessantes e um orçamento mensal definido, segue-se talvez o passo mais importante: a visita a cada um dos lares. Telefone e agende uma visita guiada, mas antes verifique se existem vagas nesse lar da terceira idade, uma vez que talvez não valha a pena visitar um espaço que não está a aceitar novos habitantes. Se mesmo assim gostaria de conhecer o local, averigúe se têm lista de espera. Agende a sua visita de preferência para uma altura em que tenha tempo para conhecer bem todas as infraestruturas e equipa – esta visita não deve ser feita a correr, afinal de contas trata-se do local onde o idoso possa vir a passar os próximos anos. Se algum lar se recusar em efectuar uma visita guiada, isso pode ser um sinal negativo e esse espaço deve ser riscado da sua lista.

Apresentação

Pretende-se que um lar de idosos seja isso mesmo, um lar. Deixar a sua casa, o lugar onde provavelmente vive há dezenas de anos, para passar a residir num lar pode ser uma alteração de vida dramática para qualquer idoso. Daí a importância de um lar de terceira idade com infraestruturas modernas, amplas, confortáveis e convidativas, mas não só: a higiene e segurança devem ser a prioridade máxima. A sua primeira impressão vai certamente contar muito, mas estar atento a todos os pormenores é fundamental para fazer uma escolha ajuizada: estado dos quartos, estado das casas de banho, cozinha, zona de refeições, zona de estar, infraestruturas exteriores – tudo conta.

Ambiente

Pode deparar-se com um lar de idosos novo, moderno e equipado com tudo do bom e do melhor, mas e o ambiente que se vive nesse espaço? Preste particular atenção aos idosos que lá vivem: estão confortáveis? Parecem felizes? Bem tratados? Estão ocupados ou entediados? Parecem acarinhados ou abandonados? De pouco ou nada serve um lar de idosos luxuoso se o ambiente não for convidativo e familiar.

Recursos Humanos - Colaboradores

Para além da apresentação das infraestruturas de um lar de idosos, a primeira impressão relativamente ao espaço também terá a ver com a forma como foi recebido pelo staff. A observação da equipa que cuida diariamente dos idosos é crucial, por isso, esteja atento a detalhes como: os profissionais andam fardados e identificados? De que forma falam e interagem com os idosos? A equipa parece suficiente ou composta por pouca gente quando comparado com o número de idosos internados? A forma como trabalham resulta num ambiente tranquilo, agitado, caótico? É importante assegurar que o idoso se sentirá bem-vindo e que estará em boas mãos.
Serviços

Conhecer um lar de idosos também passa por conhecer o seu dia-a-dia e, como a sua visita provavelmente se resumirá a poucos minutos, não terá uma ideia completa de como é o seu quotidiano, por isso, pergunte. Faça questões sobre os hábitos e horários diários, sobre os menus servidos e se é possível fazer pedidos especiais, que tipo de actividades fazem com os idosos, quem é que trata da sua higiene pessoal e com que frequência, no fundo tudo o que lhe vier à mente ou que lhe suscitar curiosidade. Pode também pensar nas necessidades específicas do seu familiar em particular e colocar essas questões ao staff.»

Fonte: http://cuidamos.com/artigos/como-escolher-lar-idosos

Discriminação de Idosos seropositivos

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Afinal qual é valor de referência?

Não há acordo sobre o custo real do utente dos lares. Estado fixa 775 euros e as instituições dizem gastar 1126.

O Governo e as instituições particulares de solidariedade social (IPSS) não se entendem sobre o custo de manter um idoso ou deficiente num lar. O Estado quer fixar o valor de referência em 775, 77 euros e as organizações dizem gastar 1126,79 euros, mais 351 euros. É uma das razões porque ainda não assinaram o protocolo de cooperação para 2010, o que devia ter acontecido em Junho. Segunda-feira voltam a reunir-se.

A diferença de valores não implica uma maior comparticipação do Estado, que mantém o montante de 2009: 347,31 euros por utente de um lar e 239,31 por criança no pré-escolar.

"O que está em causa é a fixação de um valor de referência por cada utente de um lar, porque é a partir daí que são definidos os outros valores. E não percebemos porque não estipulam uma quantia mais elevada, quando até o estudo do Instituto de Segurança Social (ISS) (ver infografia) indica custos mais altos", diz Manuel Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas (UMP).

Os representantes das IPSS protestam que o valor que recebem é sempre inferior aos custos reais e têm dificuldade em dar resposta às famílias mais carenciadas.

"Uma pessoa que tenha uma reforma elevada, ou cujos familiares têm possibilidades económicas paga um máximo de 125% do valor de referência e este montante é abaixo do seu custo real", explica Carlos Andrade, o vice-presidente da UMP. Um idoso com uma reforma mensal de 3500 euros pagará sempre um máximo de 872,74 euros.

A UMP é uma das IPSS com que o Estado estabelece acordos de cooperação anuais através dos ministérios do Trabalho e da Solidariedade Social e da Educação e que, nos últimos anos, têm sido assinados em Junho. As outras são a União das Mutualidades Portuguesas e a Confederação Nacional das Instituições de Solidariedade. O mesmo engloba as estruturas para crianças, sobretudo no pré- -escolar, onde também existe desacordo. As organizações que prestam este apoio questionam o facto de o Ministério da Educação promover a abertura de equipamentos, com as infra-estruturas das autarquias e funcionários do Estado, em vez de apoiar as suas e que já estão no terreno.

A União das Misericórdias fez um estudo sobre quanto é que gasta com cada utente, recorrendo aos relatórios e contas das Misericórdias de 2007, tendo em consideração todos os custos incluindo os de pessoal. E concluíram: "O custo técnico por utente no lar de idosos corresponde a 1098,24 euros em 2007 e 1126,79, após a respectiva actualização à taxa de inflação", pelo que o valor estimado de 775,77 euros fica muito desfasado da realidade".

E, "mesmo com a possibilidade de comparticipação dos descendentes de 1.º grau, ou herdeiros, sabe-se que as assimetrias sociogeográficas impossibilitam que a solidariedade familiar se efective, suportando as misericórdias o remanescente do custo médio real por utente".

O Ministério do Trabalho e da Solidariedade não quis ontem comentar o assunto "porque as negociações ainda decorrem".

In DN