Um grupo de cientistas conseguiu travar, e mesmo melhorar, os problemas de memória em ratinhos com a doença de Alzheimer através de uma terapia génica, em que um gene específico foi alterado para produzir maiores quantidades de uma molécula, a EphB2, que desempenha um papel chave na função da memória. A descoberta pode levar a uma nova abordagem terapêutica em doentes humanos no futuro.
Uma das características da doença de Alzheimer, tanto em seres humanos como em ratos, é que os níveis da enzima EphB2 são anormalmente baixos nos centros da memória do cérebro. E foi ao aumentar a circulação dessa molécula nessas regiões cerebrais, nos ratinhos, que a equipa do Gladstone Institute of Neurological Disease (GIND), em São Francisco, nos Estados Unidos, conseguiu inverter o problema da memória. O estudo foi publicado ontem na Nature.
As funções da aprendizagem e da memória pressupõem uma boa comunicação entre as células neuronais, o que envolve a libertação de moléculas - os neurotransmissores - que estimulam os receptores nas células. Na doença de Alzheimer há uma diminuição dos neurotransmissores.
"Pensámos que a molécula EphB2 deveria estar ligada aos problemas de memória nesta doença porque é um dos reguladores dos neurotransmissores e atinge níveis muito baixos na doença", explicou o coordenador do estudo, Moustapha Cisse.
Ao normalizarem os níveis daquela molécula nos ratos com Alzheimer os cientistas confirmaram a melhoria das funções da memória nos ratinhos e prevêem que a partir daqui é possível desenhar novas terapias.
Fonte: Jornal de Noticias 30-11-2010
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